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Coronavírus
Trump invoca lei de guerra contra o coronavírus e compara esforços à Segunda Guerra Mundial
A lei extraordinária foi criada em 1950, durante a Guerra da Coreia, buscando aumentar a mobilização civil e militar

Publicado em 18/03/2020 17:39

Foto: Jonathan Ernst / Reuters / 17-03-2020

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Em entrevista ao lado da força-tarefa da Casa Branca para combater o novo coronavírus nesta quarta-feira, o presidente Donald Trump disse que a pandemia de Covid-19 é sem precedentes, referindo-se a si mesmo como um “presidente de tempos de guerra”, e comparou o cenário à Segunda Guerra Mundial. Durante a entrevista, o presidente anunciou ainda que invocará a Lei de Produção de Defesa para acelerar a produção de máscaras, luvas e equipamentos hospitalares no país, que tem casos da doença em seus 50 estados.

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A lei extraordinária foi criada em 1950, durante a Guerra da Coreia, buscando aumentar a mobilização civil e militar. Ela autoriza o presidente a estabelecer mecanismos para alocar materiais, serviços e organizações para promover a defesa nacional, obrigando empresas a firmarem contratos com esta finalidade. Ele também autoriza a Casa Branca a controlar a economia civil para que não faltem materiais essenciais. A medida foi usada esporadicamente durante a Guerra Fria e posteriormente.

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A lei emergencial invocada nesta quarta, segundo o presidente, será utilizada para fabricar “milhares e milhares” de ventiladores mecânicos, entre outros equipamentos hospitalares. Trump disse ainda que o Departamento de Habitações e Desenvolvimento Urbano suspenderá todos os despejos até abril, buscando amenizar os impactos econômicos da pandemia. Segundo a Casa Branca, no pior cenário, a taxa de desemprego no país pode chegar a 20%.

— Toda geração de americanos foi convocada a fazer sacrifícios para o bem da nação — disse o presidente, comparando a crise com a Segunda Guerra Mundial. — Nós vamos derrotar o inimigo invisível, será uma vitória total.

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Segundo o vice-presidente Mike Pence, a capacidade de testes para detectar o Sars-CoV-2 vem tendo aumento diário “na casa dos milhares” — o número limitado vem sendo alvo de críticas nacionais e internacionais. Ele voltou a reiterar, no entanto, que não devem ser realizados testes em massa, diferentemente do que recomendou a Organização Mundial da Saúde.

Trump afirmou que o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) está trabalhando para determinar se um autoteste de saliva seria eficiente para diagnosticar o vírus — algo que o presidente classificou como “muito mais agradável” que o exame de sangue a que foi submetido e testou negativo. O líder americano reforçou ainda o início dos testes em humanos, no estado de Washington, de uma vacina para a Covid-19. Caso seja eficaz, ela pode levar entre 12 e 18 meses para ser produzida em massa.

Em paralelo, junto à legislação de guerra, será assinada também uma segunda lei que permitirá aos Estados Unidos devolver imigrantes que tentarem cruzar a fronteira sul do país que, segundo o presidente, continuará aberta. A medida soma-se à política anti-imigração linha-dura do governo americano para conter o número de pessoas que entram no país pelo México.

Risco para os jovens

No briefing diário da equipe que coordena os esforços do governo americano para combater a pandemia, Trump também disse que enviará dois navios de assistência hospitalar para o porto da cidade de Nova York, como havia sido anunciado previamente pelo governador Andrew Cuomo, e para a Costa Oeste — as embarcações deverão seguir para seus destinos já nas próximas semanas. O navio USNS Comfort, que será enviada para a metrópole atlântica, tem capacidade para mil leitos, 80 deles de terapia intensiva.

O governo também aconselhou que todas as cirurgias eletivas sejam suspensas, fazendo um apelo para que os americanos respeitem as diretrizes anunciadas na segunda para que evitem sair de casa para tarefas não essenciais, trabalhem remotamente, quando possível, e não se reúnam em grupos com mais de 10 pessoas.

A coordenadora da força-tarefa, a médica Deborah Birx, disse ainda que os especialistas em saúde pública estão preocupados com os números da epidemia na Europa de que millennials podem ser “desproporcionalmente infectados” quando comparados com outras faixas etárias, o que pode refletir na quantidade de casos graves em países como a França e a Itália. Ela, no entanto, disse que não há, até o momento, taxas de mortalidade significativas entre crianças e bebês.

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Trump, que voltou a se referir à Covid-19 como “gripe chinesa”, foi questionado por repórteres se achava que o termo era racista e poderia aumentar o preconceito entre americanos de origem asiática:

— Não é nem um pouco racista, nem um pouco — disse o presidente. — Ele vem da China. É por isso.

O Globo


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