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CNN Brasil - Autoridades da região chinesa da Mongólia Interior isolaram um vilarejo depois de um morador morrer de peste bubônica, doença centenária responsável pela mais mortífera pandemia na história da humanidade.
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A morte foi relatada para as autoridades de saúde na cidade de Baotou no último domingo (2) e a vítima foi confirmada como um paciente para a doença na quinta-feira (6), disse a Comissão Municipal de Saúde, em nota publicada em seu site.
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O paciente morreu por uma falha no sistema circulatório, de acordo com a nota. As autoridades de saúde não explicaram como a pessoa contraiu a praga.
Para conter a propagação da doença, as autoridades isolaram o vilarejo de Suji Xincun, onde morava o paciente morto, e ordenaram a desinfecção diária das casas. Todos os moradores até agora testaram negativos para a doença, informou o comunicado.
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Nove contatos próximos e 26 contatos secundários do paciente foram colocados em quarentena e testaram negativo para a doença, informou a comissão.
Damao Banner, o distrito em que o vilarejo está localizado, foi colocado em alerta nível 3 para prevenção de pragas, em um sistema de quatro níveis, até o final do ano.
Este é o segundo caso – e a primeira morte – por peste bubônica que a China confirmou neste ano. O caso anterior foi descoberto em julho em Bayannur, outra cidade na Mongólia Interior, o que fez essa região também ser colocada em nível 3 de alerta, o que obrigou o fechamento de vários pontos turísticos.
A doença, causada por uma bactéria transmitida por mordidas de pulgas e animais infectados, matou aproximadamente 50 milhões de pessoas na Europa durante a pandemia da Peste Negra na Idade Média.
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A bubônica, que é uma das três formas de peste – além da peste septicémica e da peste pneumónica – causa dor no corpo, inchaço nos linfonodos, além de febre, calafrios e tosse.
O surgimento de antibióticos, que podem tratar a maior parte das infecções se forem tratadas no início da doença, ajudou a conter surtos de peste, impedindo o tipo de propagação rápida como a na Europa da Idade Média.
Mas a doença não foi eliminada inteiramente – e reapareceu recentemente, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificá-la como uma doença reemergente.
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Recorrência comum
De 1.000 a 2.000 pessoas são infectadas pela peste todos os anos, de acordo com a OMS. Mas esse total provavelmente é uma estimativa abaixo da realidade, uma vez que não contabiliza os casos não relatados às autoridades.
Segundo dados de 2016, existe a possibilidade de infecção pela peste em quase todos os continentes, especialmente no oeste dos Estados Unidos, em partes do Brasil, em áreas no sudeste da África e em grandes partes de China, Índia e Oriente Médio.
Nos EUA, não são registrados mais do que uma dezena de casos a cada ano, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês). Em 2015, duas pessoas morreram no Colorado por peste bubônica e, no ano anterior, foram registrados oito casos da doença no estado.
Na China, 31 casos de peste bubônica foram relatados entre 2009 e 2019, incluindo 12 mortes, segundo dados divulgados pela Comissão Nacional de Saúde.
Na quinta-feira, autoridades de Baotou alertaram para o risco de “uma epidemia de peste entre humanos pela cidade” e pediu que a população tome medidas extras de prevenção e procure ajuda médica imediatamente se desenvolver sintomas como febre ou tosse.
Eles também pediram que as pessoas reduzam o contato com animais silvestres e evitem caçar, remover a pele ou comer animais que podem causar infecções.
No mês passado, dois casos de peste bubônica foram confirmados na Mongólia: dois irmãos que comeram carne de marmota, segundo a agência estatal de notícias da China, Xinhua.
Em maio de 2019, outro casal da Mongólia morreu de peste bubônica depois de comer o rim cru de uma marmota, considerado um remédio popular para a boa saúde.
A marmota, um tipo esquilo terrestre de grande porte que é consumido em algumas partes da China e da Mongólia, está historicamente associada aos surtos de peste na região.
Acredita-se que a marmota tenha causado a epidemia de peste pneumônica de 1911, que matou cerca de 63.000 pessoas no nordeste da China. O animal era caçado por seu pelo, muito popular entre comerciantes internacionais. Produtos feitos com peles de animais doentes foram comercializados e transportados por todo o país, infectando milhares ao longo do caminho.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)